Admirável Mundo Novo, lido em 2017
"Se considerais ter agido mal, arrependei-vos, corrigi os vossos erros na medida do possível e tentai conduzir-vos melhor na próxima vez. E não vos entregueis, sob nenhum pretexto, à meditação melancólica das vossas faltas. Rebolar no lodo não é, com certeza, a melhor maneira de alguém se lavar."
Admirável Mundo Novo, é uma distopia escrita por Aldous Huxley em 1931, enfatiza o progresso da ciência no que diz respeito aos indivíduos humanos. O progresso científico que pode modificar a vida radicalmente. Existem várias impressões que se pode tirar de uma primeira leitura desse livro, uma delas é a ideia de servidão voluntária:
"um estado totalitário verdadeiramente eficiente será aquele em que o todo poderoso comitê executivo dos chefes políticos e o seu exército de diretores terá o controle de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor a sua servidão."
É interessante conectar músicas nacionais como "Admirável Gado Novo" do Zé Ramalho - "E, Oh! Vida de Gado, povo marcado, povo feliz" a música da cantora de rock, Pitty, "Admirável Chip Novo", dizendo: "pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se esqueça" com a obra do escritor inglês e entender alguns conceitos essenciais, identificá-los no tipo de sociedade que Huxley discute...
"Comunidade, identidade e estabilidade"
é o lema da sociedade no Admirável Mundo Novo.
É necessário estimular um espírito de coletividade, onde as pessoas se identificam e sejam indivíduos estáveis. Pois, não há civilização sem estabilidade social. Não há estabilidade social sem estabilidade individual. Estimular essas ideias nos indivíduos é necessário para se alcançar o progresso desejado.
A sociedade no Admirável Mundo Novo é dividida em castas, sendo elas: os Alfas - representados pela cor cinza; os Betas - pela cor amora; os Gamas - pela cor verde; os Deltas- por cor caqui e por último, os Ipsilones - pela cor preta. Os principais personagens são: Thomas ou Tomakin, um Alfa e Diretor de Incubação e Condicionamento; Henry Foster - Alfa administrador; Lenina Crowne - Beta, vacionadora do Centro de Incubação e Condicionamento; Polly Trotsky - de casta indefinida; Mustapha Mond - Alfa mais-mais; Fanny - Beta embriologista; Linda, uma Beta-menos, antigo amor perdido de Thomas. E, John, o Selvagem, filho de Linda e Thomas, rejeitado pelas duas civilizações, pela primitiva e pela moderna.
Dentro dessa sociedade existe um departamento de incubação e condicionamento de indivíduos, dirigido por um Alfa (Thomas), que faz parte da casta mais alta. As pessoas são produzidas em laboratório. Semelhante a produção em série de automóveis enfatizada por Henry Ford, acontece também uma produção em série de indivíduos humanos. O tempo no Novo Mundo também é compreendido como antes e depois de Ford. A casta de cada indivíduo é determinada desde seu nascimento, à casta inferior, por exemplo, os ipsilones era dada uma quantidade inferior de oxigênio ao nascerem, o que determinava muito o baixo grau de intelectualidade desses seres.
Os indivíduos são ensinados a gostarem daquilo que são obrigados a fazerem. Tal é o fim de todo condicionamento: fazer as pessoas apreciarem o destino social a que não podem escapar.
Outra impressão importante é que as crianças nessa sociedade são ensinadas a não gostarem das flores, ou seja, da natureza e também crescem com um ódio instintivo aos livros. Caracteriza-se como "o regresso a cultura...não se pode consumir muito se se fica tranquilamente sentado a ler livros".
Sendo assim, desde os treze aos dezoito anos são submetidas a repetições de frases que serviam para que o estado condicionasse as crianças a viver numa estabilidade social.
"Sessenta e duas mil e quatrocentas repetições fazem uma verdade."
Outra marca importante no Admirável Mundo Novo é o ódio a tudo que não seja novo, o ódio ao velho, ao obsoleto, os indivíduos são ensinados a destruir e não a conservar as coisas. As pessoas não envelhecem no Novo Mundo, também não há conceito de família, o amor também não pode coexistir nesse tipo de sociedade. Logo, é comum o sexo sem apego, sem sentimento, porque ele também não serve nem mesmo para a reprodução.
Num mundo onde a estabilidade social é necessária para que o "progresso" aconteça é importante que existam seres individuais estáveis para coexistirem nesse tipo de sociedade. Sendo assim, toda forma de instabilidade individual é abolida com o SOMA, um remédio dado as pessoas sempre que elas sentissem angústia, tristeza, confusão, melancolia, raiva, revolta, contradição, insegurança, amor, afeto, apego, etc. Qualquer expressão de subjetividade, de sentimentalismo é medicado. Qualquer semelhança não sei se é "mera coincidência".
Referência: (COLOCAR REFERÊNCIA DO LIVRO QUE LI)
HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. 2014.
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